A Temporada 8 de Diablo 4 chegou com promessas ousadas e algumas mudanças significativas. Depois de jogar intensamente e explorar tudo o que o novo conteúdo tem a oferecer, minha impressão é clara: mesmo com a sensação de repetição, a experiência ainda vale a pena.

O grande destaque da temporada é o retorno de Belial, o Senhor das Mentiras, como antagonista central. Sua presença marca o tom sombrio da temporada, trazendo consigo um novo evento mundial, as Incursões de Aparições, e um sistema de poderes temporários que adicionam variedade ao combate.

Foto: Divulgação/Blizzard

Ainda que a narrativa tenha ganhado um pouco mais de foco com personagens como Sayeena e Jarius, a conexão entre os novos chefes e a história continua rasa. Fica aquela sensação de que o universo de Diablo tem muito mais a oferecer do que confrontos pontuais sem profundidade narrativa.

Jogabilidade sólida e divertida

A jogabilidade é, sem dúvida, o ponto mais forte da Temporada 8. A Blizzard acerta em cheio ao manter o combate rápido, estratégico e visualmente impactante. Os poderes de chefes que podem ser absorvidos e usados em builds personalizadas dão um frescor ao jogo, mesmo que o conceito de “poderes emprestados” não seja novo para quem já jogou as temporadas anteriores.

Foto: Divulgação/Blizzard

Os jogadores agora podem escolher um poder principal e até três modificadores, o que dá margem para experimentação e combinações interessantes. Eu, por exemplo, testei diferentes sinergias com o Necromante e me diverti bastante ajustando cada detalhe da build.

Eventos repetitivos: a velha fórmula de sempre

O ponto fraco da temporada está na repetição excessiva. Eventos como as Incursões, apesar de bem implementadas, acabam exigindo grind demais para quem busca desbloquear todos os chefes e poderes. Em certos momentos, me vi jogando as mesmas atividades por horas sem muita recompensa além do esperado.

Além disso, a estrutura dos chefes de Covil, agora divididos em três níveis de dificuldade (Iniciante, Maior e Exaltado), ainda que bem pensada, sofre do mesmo problema: combates reciclados, muitas vezes com pequenas variações mecânicas.

Colaboração e recompensas: um avanço

Se por um lado o conteúdo pode parecer repetitivo, por outro, a estrutura de recompensas e progressão melhorou. O incentivo ao Party Finder facilitou a colaboração entre jogadores e tornou os conteúdos finais mais acessíveis. Com isso, farmar itens lendários ou enfrentar os chefes mais poderosos deixou de ser uma tarefa solitária.

O loot, inclusive, parece estar mais justo e recompensador. Percebi uma frequência maior de itens relevantes e uma variedade boa de aspectos lendários, especialmente após os ajustes no sistema de saque.

Sistema de Relicários ainda precisa evoluir

Uma das maiores apostas da Blizzard nesta temporada foi a troca do Passe de Batalha pelo sistema de Relicários. A ideia de dar mais controle ao jogador sobre o tipo de recompensa que deseja é excelente. No entanto, a quantidade de prêmios disponíveis decepciona, especialmente considerando que o preço não mudou.

Com apenas 8 recompensas gratuitas (em comparação com 28 anteriores) e uma redução drástica nos itens pagos, o sistema ainda parece incompleto e precisa de ajustes para se tornar realmente vantajoso.

Foto: Divulgação/Blizzard

Equilíbrio de dificuldade: o desafio certo, na hora certa

Outro ponto positivo foi o ajuste fino na progressão de dificuldade. A transição para os níveis Tormento está mais suave e recompensadora, permitindo que jogadores habilidosos avancem sem frustrações. Senti que meu esforço foi valorizado à medida que meu personagem evoluía, o que torna o grind mais tolerável.

Repetição familiar com brilho nos detalhes

A Temporada 8 de Diablo 4 é uma mistura de sensações. Por um lado, traz um combate polido, uma boa dose de personalização e melhorias no sistema de grupo e saque. Por outro, recai novamente em fórmulas repetitivas e eventos que rapidamente perdem o impacto.

Ainda assim, o saldo é positivo. Para quem gosta de experimentar builds, jogar em grupo e aproveitar o universo sombrio de Santuário, a temporada tem muito a oferecer. Fica a expectativa de que a Blizzard, no futuro, arrisque mais nas mecânicas e enredo, para manter o jogo fresco e envolvente a cada nova temporada.

Diablo 4: Belial domina a Temporada 8, mas será que convence?A temporada 8 de Diablo 4 oferece diversão sólida e jogabilidade refinada, mas sofre com repetição e um sistema de recompensas abaixo do esperado.7Narrativa 6Gameplay9Recompensas e Progressão6Originalidade 6Gráficos e Ambientação9Sistema de Relicários5Conteúdo Endgame8Pontos PositivosJogabilidade polida e divertidaBoas opções de build com poderes de chefesAjuste de dificuldade equilibradoMelhoria no sistema de grupos e recompensasPontos NegativosEventos repetitivos e pouco variadosSistema de Relicário com menos recompensasConexão fraca dos chefes com a narrativaGrind cansativo para obter poderesResumo Apesar de reciclar ideias de temporadas anteriores, Diablo 4 Temporada 8 entrega um combate sólido, novidades interessantes com os poderes de chefes e melhorias na colaboração entre jogadores. A repetição de eventos e o Relicário decepcionam, mas o saldo geral é positivo. Jogue agora a Temporada 8 de Diablo 4